ALAGOINHAS

Inclusão: alunos da Pestalozzi participam do Trem do Forró em Alagoinhas; grupos da APAE e de outras instituições também abraçaram a iniciativa


O arrasta pé que começou na última quarta-feira (12), com o tradicional Trem do Forró, em Alagoinhas, segue a todo vapor, na estação São Francisco, e este ano, a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (SECET), responsável pela iniciativa, trouxe uma nova palavra de ordem para os festejos juninos: inclusão.
Com foco em abarcar um número cada vez maior de participantes, em promover o compartilhamento, a socialização e a celebração democrática, conjunta, proporcionando a todos os moradores, sem distinção, uma viagem forrozeira pelos trilhos que contam um pouco da história da cidade, a Prefeitura convidou grupos da Pestalozzi, da APAE e de outros órgãos e instituições, como a Pastoral do Menor e o CAPS III, para a dança no Trem do Forró.
O resultado não poderia ter sido diferente: muita animação, forró e alegria durante todo o percurso programado.
O aluno Rodrigo Santos, que nasceu com Síndrome de Down e faz aulas de dança na Pestalozzi, foi categórico quando questionado sobre a proposta. “Estou alegre, porque vou passear de trem. É a primeira vez que estou vindo. Gosto muito da Pestalozzi. Sou dançarino da escola e vou dançar no trem”, revelou.
Foto: Kekeu/SECOM
Embora nesta edição o vagão não conte ainda com adaptação específica para cadeirantes, por exemplo, ou plataforma elevatória, para facilitar a mobilidade, a SECET informou que já está em discussão, para o próximo ano, uma forma de abarcar essas necessidades e garantir, junto com a empresa VLI, uma viagem de qualidade para todos durante os festejos comemorativos de São João.
Feliz com o retorno de quem participou e surpresa com o número de instituições que, este ano, abraçaram a proposta do Trem do Forró, professora Iraci Gama, vice-prefeita e secretária municipal de cultura, esporte e turismo, sintetizou a sensação de ver o forró acontecendo sobre os trilhos: “emoção pura”.
Foto: Kekeu/SECOM
Participante ativa dos debates culturais, defensora da memória, da diversidade e das manifestações tradicionais do município, Iraci Gama explanou sobre o valor simbólico do trem na cidade que tem a estação ferroviária como laço de identidade e falou sobre a alegria de reunir moradores e visitantes, grupos de mulheres, jovens e idosos, alunos das escolas municipais, da APAE e das instituições, reunidos nos festejos juninos da cidade.
“O que eu ganhei aqui de abraço e beijo não está em nenhum gibi. Mais do que nunca, sentimos que o trem precisa continuar”, declarou Iraci Gama, que aproveitou a oportunidade para comentar sobre a luta que começou logo após a suspensão do trem de passageiros no município, em 1989. “A cidade tem uma relação forte com o trem, é uma coisa que está dentro de nós. Filha das águas e do trem de ferro, Alagoinhas quer a volta do trem de passageiros”, ressaltou.


Foto: Kekeu/SECOM

E, se na prática do dia a dia a reativação das linhas internas para a viagem de passageiros ainda enfrenta questões burocráticas, governamentais, na véspera do São João, o período de viagens proporciona, a moradores e visitantes, um “gostinho de quero mais”, em um percurso sobre os trilhos que é também uma viagem pela história da cidade.
“É a 1ª vez que venho ao Trem do Forró e tem muitos anos que andei de trem aqui, era mocinha ainda, então será um momento emocionante para mim”, relatou Maria Ivone da Silva Conceição, da Pestalozzi, antes da partida.
Foto: Kekeu/SECOM
Pra quem chega e pra quem desembarca, após o trecho de 40 minutos, a recepção, na FIGAM, de onde saem os vagões, é a mesma: forró pé de serra do início ao fim. A trilha sonora fica a cargo de forrozeiros locais contratados pelo município com apoio da VLI e do Conselho Municipal de Cultura.
“O que eu sinto é que essa viagem que começou em 2017, como algo para nos distrair e para nos lembrar que somos uma cidade ferroviária, dizendo ao governo ‘nós queremos de volta o trem de passageiros’, virou uma coisa muito séria e, em 2019, estamos sentindo isso fortemente”, finalizou professora Iraci Gama.
A previsão, segundo a SECET, é de que 24 viagens sejam realizadas até o encerramento do Trem do Forró, neste domingo. O valor da passagem é uma lata de leite ou um pacote de fraldas geriátricas que podem ser trocados no local de partida.
Foto: Kekeu/SECOM

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