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Sobe para oito número de vítimas que denunciam médico peruano do Samu de Salvador por violências físicas: 'quase me matou'

Foto: Reprodução/TV Bahia

 Subiu para oito o número de profissionais de saúde que denunciaram o médico peruano Luís Gonzalo Velarde Acosta, de 38 anos, pelas práticas de violência física, psicológica, virtual e patrimonial, além de assédio. O suspeito atua no Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) de Salvador desde 2018 e foi afastado das atividades por três meses, enquanto as denúncias são investigadas.

Todas as vítimas são profissionais de saúde (médicas ou enfermeiras). Sete delas tiveram relacionamentos afetivos com o homem nos últimos anos e uma o denunciou por assédio.
Essa oitava vítima ressaltou que seu contato com ele foi apenas profissional. O abuso teria ocorrido no elevador de um prédio onde os dois foram fazer atendimento.

"Ele me pegou à força, me puxou o cabelo, tentando me agarrar, passou a mão nos meus seios", detalhou a mulher em entrevista ao BATV, telejornal da TV Bahia. Desde 2019, ela tem um processo contra ele em trâmite na justiça.
A emissora apurou que ao menos três mulheres garantiram medida protetiva contra o suspeito. Uma delas se afastou do Samu por medo de trabalhar com o médico, uma tenta o afastamento e outras duas profissionais continuam no serviço.

Outros relatos
Ao ouvir as denúncias de ex-companheiras no programa Bahia Meio Dia, na segunda-feira (27), uma outra médica resolveu falar sobre agressões que sofreu enquanto teve um relacionamento com o profissional.
No início do namoro, segundo a mulher, que preferiu não revelar a identidade, Luís Gonzalo era amoroso e tratava bem os amigos e familiares dela. No entanto, depois, passou a ter um comportamento agressivo.
"Ele começou a gritar e falar mais alto. Seguiu com empurrões, puxões de cabelo, mordidas, beliscões, murros e asfixia. Por duas vezes, quase me matou", relatou.
Seis ex-companheiras denunciam médico peruano do Samu de Salvador por violências físicas — Foto: Reprodução/TV Bahia
A médica disse ainda que o homem também praticava violência psicológica e deu prejuízos financeiros que ficaram em torno de R$ 20 mil.
"[Ele falava] 'Você é uma burra, sem cultura, rodada, inepta, retardada, vai matar seus pacientes'. Ele diminui você, sua família, suas conquistas", lembrou
Uma outra médica também relatou ter emprestado dinheiro para o médico e não ter recebido os pagamentos.

"Teve um episódio que me marcou, que foi quando eu estava dando plantão em uma UPA, e ele estava dando plantão em uma base do Samu anexa a essa UPA. Ele entrou no meu consultório, disse que precisava conversar comigo, que ficava até sem graça de pedir uma coisa dessas, mas que ele precisava de R$ 1 mil emprestado", contou.

Após os pedidos de empréstimos, a mulher conversou com outros colegas de trabalho, descobriu que ele já tinha pegado dinheiro emprestado com outros funcionários e não tinha feito os pagamentos. Com isso, resolveu se afastar.
Seis ex-companheiras denunciam médico peruano do Samu de Salvador por violências físicas — 

Em 5 de dezembro de 2024, Luís Gonzalo foi afastado por três meses pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). As denúncias foram encaminhadas para análises da Procuradoria Geral do Município (PGM).
Mais de um mês depois, a PGM sugeriu que caberia à chefia médica do Samu o cumprimento das medidas protetivas no ambiente de trabalho e que ao invés da suspensão total do contrato, fossem adotadas medidas que permitissem o exercício de trabalho de Luís Gonzalo, evitando contato com as vítimas.
Com isso, as denunciantes passaram a temer o retorno do médico aos trabalhos. No último final de semana, um manifesto foi encaminhado para a SMS.

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