O inquérito interno da Polícia Militar (PM) sobre a morte de Allan de Morais, conhecido como "Príncipe", em 10 de fevereiro, em Santos, concluiu que os policiais envolvidos agiram em legítima defesa.
A conclusão, divulgada em abril, contraria a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), que acusou os agentes de forjar um confronto com a vítima.
Segundo os promotores, os policiais da Rota, Glauco Costa e Diogo Souza Maia, manipularam a cena do crime. Eles teriam plantado armas no veículo de Allan, que foi atingido por quatro disparos de fuzil e quatro de pistola. Na última semana, os dois PMs tornaram-se réus pela acusação.
Ambos os lados – promotores e policiais militares responsáveis pelo inquérito – tiveram acesso às imagens das câmeras corporais, instaladas nas fardas dos agentes. As interpretações das imagens, no entanto, foram divergentes.
Os promotores afirmaram que, nas imagens, é possível ver os policiais tapando as câmeras, disparando de dentro para fora do carro da vítima e colocando armas no veículo. Já o relatório da Polícia Militar descreve as imagens de forma mais neutra, destacando apenas a aproximação da viatura, o corpo de Allan caído e a chegada da ambulância para o resgate.
O relatório do inquérito da PM, assinado pelo comandante da Rota, Leonardo Akira Takahashi, em 10 de abril, afirma que, apesar da ação dos PMs ser enquadrada como homicídio no Código Penal Militar (CPM), as evidências presentes no caso apontam que a conduta dos policiais estaria amparada pela legítima defesa, conforme o inciso 2 do artigo 42 do CPM, que isenta de punição quem age em legítima defesa.
As imagens das câmeras corporais analisadas no inquérito incluem gravações de três policiais: Glauco Costa, que se tornou réu no processo, e os também envolvidos Alex Azevedo e Richard Teixeira do Nascimento Santos.
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