Nascido em 1º de abril de 1940, Jackson Araújo dos Reis era filho do maestro Lindolfo Roxo e de Dona Carmem Reis.
Logo aos dois anos de idade, perdeu o pai e cresceu sem a presença desse importante membro da família. Desde cedo, começou a trabalhar em pequenos serviços, mas se dedicou de fato à carpintaria. Aos 18 anos, serviu no Exército Brasileiro no Tiro de Guerra e, após um ano, foi direto para a Petrobras. Vale lembrar que, naquela época, o trabalho era bem diferente do que é hoje, sendo um serviço braçal de carregar tubos nas costas. Meu pai contava que o encarregado da empresa foi ao próprio Tiro de Guerra contratar os rapazes, e naquele dia apenas ele aceitou.
Jackson permaneceu na Petrobras por 25 anos, 10 meses e 11 dias, aposentando-se em março de 1983. Ele disse que, a partir dessa data, passou a trabalhar ainda mais do que quando era funcionário da estatal. Vendia carros usados diretamente para São Paulo, embarcando-os na carreta cegonha na rua Marechal Bittencourt, próximo ao Marabá. Naquela época, as negociações eram feitas por telefone, na palavra; não existiam fotos em tempo real, muito menos redes sociais.
Depois, entrou no ramo imobiliário, comprando sítios e fazendas, e começou a negociar imóveis. Seu Jackson foi pioneiro no Jardim Petrolar. As pessoas o chamavam de louco por investir tanto em terrenos em um local sem nenhuma infraestrutura. Ele, na época, nos anos 80, já dizia: "Aqui, um lote vai valer uma fortuna." E assim foi.
Era também amante da Fórmula 1, fã de Emerson Fittipaldi. No primeiro campeonato do ídolo, em 1970, ele ostentava uma imensa costeleta, que era a moda da época. Sempre era considerado um playboy, mas nunca faltou a um dia de trabalho. Era namorador, fazia sucesso com as moças e gostava de passear com seus carros sempre limpos, sempre com as manutenções em dia. Teve desde o Carmanguia, passando pelo TL, Variante, Brasília, diversos Fuscas e Monza, sendo um dos primeiros a ter o simbólico Fiat Uno. Sua paixão pela Volkswagen era notável; ele dizia: "Quem compra um, troca sempre por outro."
Homem honesto e íntegro, sua palavra valia mais que dinheiro. Teve cinco filhos e um enteado, e ao desencarnar deixou 8 netos e 2 bisnetos. Jackson Araújo dos Reis, o seu Jackson do Petrolar, morava em frente à Delegacia da Mulher, onde, nos últimos tempos, gostava de passar as manhãs sentado, amigo de todos os policiais. Eu até fazia piadas, dizendo que ele era o síndico daquela unidade policial.
Descanse em paz, meu pai. Seu legado como homem de bem ficará na memória de seus filhos, amigos e parentes.
Aqui seguem os 11 mandamentos do velho Jackson do Petrolar.
Procure segui-los e você terá uma vida próspera. 🤝
01 - O tempo é de Murici; cada um cuida de si.
02 - Eu já estou feito; quem quiser, que corra atrás do seu.
03 - O pior sentimento que o ser humano pode adquirir é o da inveja; o invejoso nunca cresce.
04 - Passarinho não deve nada a ninguém e acorda cedo; siga o exemplo da ave e seu dia vai render mais.
05 - Nunca gaste todo o seu salário; o dia de amanhã sempre será incerto e, na hora do aperto, você vai contar apenas com suas economias.
06 - Esteja sempre preparado para dizer NÃO; lembre-se de que nem todo mundo merece o seu SIM.
07 - Quando ver alguém passando por algum sofrimento, não esquente a cabeça; cada um tem que carregar a sua cruz, e com você também não será diferente.
08 - Filhos precisam apenas de educação e direcionamento; dar tudo o que eles pedem não significa que você é um bom pai, mas sim que não está preparando-os devidamente para o futuro.
09 - Dificuldade todo mundo passa; você passará melhor se estiver em paz consigo mesmo.
10 - Você não precisa de religião; basta fazer o bem e estar em paz com Deus.
11 - A melhor compra sempre será à vista; débitos podem tirar a sua paz na hora de dormir.
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