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Investigação aponta descaso da Funai na proteção de terras indígenas no Nordeste, aumento de devastação e atuação de facções criminosas


Bnews - Divulgação Reprodução / Agência Pública - Bnews

Falta de estrutura para prevenção de ataques a agentes indigenistas, envolvimento de organizações criminosas em terras indígenas, aumento de áreas de proteção devastadas, falhas no diálogo com governos estaduais, além de lacunas de competência e atuação na proteção de terras indígenas no Maranhão — onde houve aumento de desmatamento entre 2020 e 2023.

Essas foram algumas constatações contidas em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), no qual o BNews teve acesso, acerca do trabalho que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) tem desempenhado nos últimos anos. 
Atualmente há 728 Terras Indígenas no Brasil, em diferentes estágios do processo de demarcação, englobando cerca de 13% do território nacional e 117,4 milhões de hectares. A investigação da CGU observou o agravamento do desmatamento nas terras Porquinhos dos Canela-Apãnjekra e Kanela Memortumré, ambas no Maranhão.
A região de Porquinhos dos Canela-Apãnjekra possui mais de 220 mil hectares de extensão com uma população total não quantificada, mas todos pertencentes ao povo Canela Apanyekrá. O local registrou mais de 775 hectares desmatados em 2020. No entanto, em 2023, a terra indígena teve um salto de 152.90%, registrando um desmatamento de mais de 1.960 hectares — a segunda mais devastada do país — que, de acordo com os padrões da Fifa, é o equivalente a mais de 1.800 campos de futebol em dimensões oficiais.
Já a terra indígena Kanela Memortumré possui cerca de 100 mil hectares e uma população de 1961 indígenas do povo Canela Memortumré. A região teve um índice de devastação superior a 70% entre 2020 e 2023. A região havia registrado 752 hectares desmatados em 2020, número que saltou para 1.280 no ano passado — ou 1.185 campos de futebol — se tornando o terceiro território indígena mais desmatado do país em 2023. 

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