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Ameaças de massacre em escolas baianas terá investigação conjunta de órgãos públicos


As mensagens com ameaças de massacres e atos violentos em escolas e estabelecimentos da Bahia serão investigadas. Nesta quarta-feira (3), áudios que circularam em grupos de WhatsApp fizeram com que aulas fossem suspensas em pelo menos três escolas e uma faculdade particular na cidade de Alagoinhas, no Nordeste da Bahia. Houve também registro de suspensão de aulas em escolas de Barreiras, no Oeste baiano, e Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo. 

Em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, após os boatos, alunos se assustaram com a explosão de uma bomba de São João no Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas.

O caso será investigado pelas secretarias de Segurança Pública (SSP) e da Educação (SEC), além do Grupo Especializado de Repressão a Crimes por Meios Eletrônicos (GME) da Polícia Civil. Mesmo que as ameaças sejam falsas, os responsáveis podem ser punidos. Isso porque, segundo o GME, informações disseminadas com este tipo de conteúdo se configuram como um ato criminoso e os responsáveis podem ser penalizados judicialmente.

O coordenador do GME, delegado João Cavadas, explica como funcionará a operação de investigação. “A Polícia Civil, preocupada com esses acontecimentos, já disciplinou uma multitarefa de investigação para esses crimes, no interior e na capital. O GME dará subsídios, identificando as pessoas que não somente confeccionaram o material, como também aquelas que fazem a replicação através de grupos de mensagens. Todas elas serão indiciadas pelo crime que vier a ser identificado e responderão judicialmente por esse fato”, comentou. 

O caso também contará com apoio da Polícia Militar da Bahia (PMBA), que se comprometeu a comparecer em todos os locais onde existirem relatos de ameaças, com o intuito de combater possíveis atos criminosos. 

“Tão logo essas mensagens chegam ao conhecimento da PM, mesmo entendendo que se tratam de mensagens que têm o objetivo de desestabilizar uma comunidade, unidades operacionais são direcionadas para atuar preventivamente, sobretudo nas proximidades das escolas, de uma forma geral e em todo o estado. Quem está disseminando esse tipo de conteúdo é um criminoso, que será responsabilizado por este delito”, informa o porta-voz da PMBA, capitão Bruno Ramos. 

O coordenador dos Núcleos Territoriais de Educação da Secretaria da Educação do Estado, Helder Amorim, lembrou que, recentemente, o país se chocou com os ataques a uma escola na cidade de Suzano, em São Paulo, e que, depois disso, os boatos são mais recorrentes.

"Desde o evento em Suzano, essa onda de boataria está se espalhando por todas as regiões do país. O que tem se apurado até agora é que não há nada confirmado e nenhum ato foi posto em prática. Contudo, a Secretaria da Educação está atenta e acompanhando, junto à SSP, todos os casos que chegam, bem como dando apoio à comunidade escolar, que tenta manter a normalidade, para que os alunos continuem a ter acesso às escolas e às atividades”, disse.

Relembre o caso
Pelo menos três escolas e uma faculdade particular de Alagoinhas decidiram suspender as aulas nesta terça. As aulas foram canceladas depois que começaram a circular áudios de WhatsApp atribuídos à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), afirmando que iriam promover ataques nas escolas da cidade semelhantes ao que aconteceu no mês passado em Suzano, no interior de São Paulo, quando dez pessoas morreram.

O secretário municipal da Educação de Alagoinhas, Tácio Lobo, explicou ao CORREIO que, quando teve conhecimento dos áudios com as ameaças, acionou as forças de segurança da cidade que reforçaram o policiamento no entorno das escolas.

"No final do dia de ontem, tiveram esses áudios com esse terrorismo virtual ameaçando atentados em escolas públicas e particulares da cidade. Depois dessa informação, acionamos os órgãos de segurança que recomendaram a manutenção das aulas hoje. A polícia e a Guarda Municipal reforçaram a presença nas escolas, mas algumas unidades da rede particular suspenderam as atividades", afirmou o secretário. 




Foto: Reprodução
O CORREIO confirmou que houve suspensão das aulas, em Alagoinhas, no Colégio São Francisco, Colégio e Faculdade Santíssimo e Escola Estadual Luiz Navarro de Brito. Inicialmente, Tácio Lobo também citou a escola Star entre as que tiveram as aulas suspensas, no entanto, a instituição negou a informação.

Em nota, a Polícia Militar informou que "está monitorando e atenta a esses conteúdos que têm o objetivo de amedrontar e causar pânico. Todas as unidades estão orientadas a agir preventivamente, garantindo a segurança da população de toda a Bahia".

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) argumentou, em nota, que as polícias Civil e Militar trabalham em conjunto para apurar a autoria de mensagens com supostos ataques a instituições de ensino.

"O patrulhamento foi reforçado nas regiões apontadas nos áudios e as investigações também já foram iniciadas. Autores e responsáveis pela disseminação das mensagens, sejam elas verdadeiras ou fake news, responderão judicialmente pelos crimes", explicou a pasta.

"Na última quinta-feira (28 de março), a Polícia Civil localizou, em Ilhéus, um estudante de 23 anos que havia enviado mensagens, via Facebook, também sobre um possível crime, na universidade da região. Durante depoimento, ele disse que fez por brincadeira. O jovem foi autuado pelo crime de ameaça", afirmou a SSP-BA na nota. 

A pasta destacou ainda que informações sobre possíveis autores das mensagens podem ser enviadas através dos telefones 3235-0000 (Salvador e RMS) e interior (181).

A Secretaria Estadual da Educação informou ao CORREIO, em nota, que está vigilante e reforçou sua atenção às denúncias e fake news que estão circulando na Bahia, repetindo um movimento que acontece em todo o país, a partir do atentado em Suzano.  

"Estas ocorrências estão sendo investigadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Criar e/ou disseminar fake news é crime e todos os responsabilizados serão devidamente punidos. As escolas continuarão funcionando normalmente e há um trabalho permanente sendo realizado nas escolas da capital e do interior do Estado no sentido de prevenir qualquer tipo de ocorrência", destacou a SEC. 

                   - Correio24Horas

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